Beherith - Drawing Down The Moon (1993) O Beherit (Satã na língua Siríaca, dialeto do Aramaico) foi formado em 1989 por três jovens saídos de Rovaniemi (capital e centro comercial da região da Lapônia, na Finlândia, próximo ao Círculo Polar Ártico) : o vocalista/ guitarrista Nuclear Holocausto Vengeance (Marko Laiho), o baixista Daemon Fornication (Jari Vaarala) e o baterista Sodomatic Slaugher (Jari Pirinen). O objetivo era tocar o mais primitivo, selvagem & obsessivo com o inferno, o Black Metal. "Seventh Blasphemy" (4 faixas), a primeira fita demo, surgiu em fevereiro de 1990. "Low Fi" (produção precária e mal gravada), primitiva, numa maçaroca na qual precariamente se conseguia distinguir guitarras, bateria e baixo. Tudo funcionava para criar uma atmosfera dark, voltada ao Ocultismo, ao maligno, ao satânico, ao obscuro. O som era minimalista, um monolíto do mal, progredindo num transe sinistro, feito trilha sonora de um filme de terror horripilante. As canções em si ficavam num segundo plano atrás da proposta estética. "Morbid Rehearsals" (04 faixas), a segunda fita demo, surgiu um mês depois, em março de 1990. Produção tosca e crua (da mesma forma que foi a primeira fita), vocais totalmente enterrados no mix, impossível discernir instrumentos (soando aquela fita Basf antiga, cópia da cópia da cópia), tudo ultra noisy, passagens lentas e bem sabáticas. "Demonomancy", a terceira fita demo, surgiu em junho de 1990 e foi de longe a demo mais bem produzida desta trilogia inicial. A cena metaleira se desenvolvia com o death metal já se tornando grande, o thrash metal, já tendo alcançado seu auge e o black metal surgindo. Clara ficava a capacidade do Beherit de criar climas e atmosferas sinistras, asfixiante e desesperadas. Um som infernal, monstruoso e sujo, evocando antigos rituais de adoração ao demônio. Mesmo a natureza amplamente não comercial daquela música não impediu que eles atraíssem atenção da imprensa e do público, além do que a banda rapidamente conquistou fãs para seus shows (que incluíam decoração com cabeças de bodes e cabritos no palco). "The Oath Of Black Blood" foi uma compilação que reuniu demos gravadas entre junho e setembro de 1991, com apenas 27 minutos de duração, saiu pela gravadora Turbo Music e, durante muito tempo, foi confundido como sendo o álbum de estréia da banda. Canções curtas gravadas amadoristicamente, espécie de metal de garagem, vocais indecifráveis, ritmos rápidos e brutais. Nessa época, a banda havia conseguido uma grana para financiar a gravação de um álbum, mas como acabou gastando tudo em cachaça, a Turbo Music decidiu lançar, sem permissão, aquelas demos do jeito como estavam (alegaram que era um débito que a banda tinha para com o selo). Caótico, barulhento, radical, simplista, satânico, anti - comercial, assustador, mesmo não tendo sido planejado desta maneira para lançamento, esse disco tornou - se um clássico cult do black metal (considerado o primeiro do black metal finlandês). Melhor produzido, mas ainda cru, sujo, áspero e doentio. Naquele junho de 1991, a banda durante um curto espaço de tempo tocou sob o nome "The Lord Diabolvs" (por causa de estarem brigando o selo Turbo Music) e chegou a gravar uma demo tape, "Down There"..." (04 faixas) e depois "Drawing Down The Moon ", aquele trabalho que se tornaria o mais conhecido e influente da banda. Gravado entre abril e agosto de 1992, mas só lançado em janeiro de 1993 (através do selo Spinefarm Records), este foi de verdade o primeiro álbum oficial deles. Contando com uma nova formação (Nuclear Holocausto Vengeance continuava como líder, guitarras, vocais e principal compositor, mas apoiado em Black Jesus (Arjo Wennström) no baixo e Sodomatic Slaugher (Jari Pirinen) na bateria, o álbum trouxe notável de sons de sintetizadores criando efeitos espaciais e uso de vocais alterados via computador. O nome veio de um antigo ritual da religião Wicca. Bem experimentai, o disco usou sons eletrônicos para encorpar toda a soturna atmosfera black metal (na realidade, foi o indo uso desses recursos e que levaria a banda a vários trabalhos eletrônicos categorizados como dark ambiente). Incrivelmente original, daqueles trabalhos á frente de seu tempo, pioneiro a descortinar mistura com ambient e eletrônico, conseguindo uma atmosfera intensa, punitiva e aflitiva. Único na proposta e experiência, não era um simples black metal, ainda que grosso e esmagador. Os efeitos nos vocais (um tabu para a época), as variações entre o death e o black, todas as faixas conseguindo criar uma atmosfera puramente ritualística, dark, monolítica e sufocante. Guitarras voando feito drones, wall of Sound incrivelmente pesadas, incríveis paisagens sonoras ultra sinistras, vocais sussurrados estranhamente, estruturais músicas punitivas, riffs num transe hipnótico brutal, malévolo, batidas tribais e primitivas, um álbum essencial para amantes do estilo black metal.
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Darkthrone : de todas as bandas de black metal surgidas na Noruega durante o início da década de 90, só algumas alcançaram o mesmo status e reconhecimento internacional que a Darkthrone. Ao contrário da maioria dos seus pares, entre 1992 e 1994, o projeto liderado por Fenriz recusou - se a desviar da sua fórmula direta & selvagem, deixando para os outros a evolução do gênero em direções mais ecléticas e os álbuns "A Blaze in the Northern Sky", "Under a Funeral Moon" & "Thransilvanian Hunger" são hoje considerados clássico do gênero. Após adotarem a designação Darkthrone em 1987, o vocalista / guitarrista Nocturno Culto, o guitarrista Zephyrous e o baixista Dag Nilsen tocavam o death metal. Com base em Kolbotn, um subúrbio de Oslo, a banda gravou quatro demos anos seguinte e, eventualmente, assina com a Peaceville Records, que lançou o "Soulside Journey", um petardo de death metal obscuro, em 1991. No entanto, a sonoridade explorada pelo quarteto, era muito similar as bandas suecas dominantes da época, e estava em clara oposição com a pequena, mas dedicada, comunidade Underground que começava a consolidar - se ao redor da infame loja de discos Helvete, em Oslo. Foi aí que foram plantadas as sementes para o chamado Inner Circle do black norueguês e que os elementos do Darkthrone caíram sob o irresistível feitiço maligno do extremismo de Euronymous e, repentinamente, viraram as costas ao death metal para sempre. O que seguiu é, como se costuma dizer, história, com a Peaceville Records a ser apanhada totalmente desprevenida pela experiência inexplicável e crua de eternos clássicos como "A Blaze in the Northern Sky" & "Under a Funeral Moon" de 1992 e 1993. Segundo Nocturno Culto sobre seus guitarristas favoritos; "Claro que ouço metal, mas estou preso nos anos 70. O blues não é meu gênero favorito, mas, quando se trata de guitarristas, sou um grande fã do ZZ Top dos anos 70. Mas, mesmo pelo que fez nos últimos vinte anos, o Billy Gibbons está definitivamente entre os meus guitarristas favoritos. Ele é incrível e isso é, provavelmente, algo a que poderia chamar blues rock. Não tenho guitarristas favoritos no metal, porque não ouço tanto assim". Sobre a tecnologia na música; "A tecnologia abriu o caminho para que mais música e mais bandas tivessem alcance. Acho que isso é algo bom, mas o que eu quero do som em qualquer álbum é personalidade. Vamos pegar uma banda grande como o Metallica... Gostava que eles gravassem com o nosso equipamento. O que fariam para se expressar através daquele equipamento? Isso seria algo interessante". Nocturno Culto fala sobre tocar ao vivo; "Há uma grande diferença entre fazer música e criar um álbum e tocar ao vivo, que é algo que nós não fazemos. Ao tocar ao vivo, a pessoa começa a sentir que está a fazer parte de algum tipo de negócio de entretenimento. E eu não sinto falta disso. É lógico que me vejo como um guitarrista, por isso gostei de estar em digressão com o Satyricon. E sei que tenho feito vozes nos álbuns do Darkthrone, mas basicamente sou um guitarrista. Tocar ao vivo e cantar? É muito incômodo. Não gosto de show. Se pudesse apenas tocar guitarra, estaria feliz". Sobre seu grande amigo Fenriz; "Eu e ele estamos juntos no Darkthrone há mais de trinta anos. Se fôssemos fazer grandes digressões e coisas desse tipo, acho que provavelmente nos iríamos nos odiar. Não é difícil perceber isso. Não, nós não vivemos na mesma cidade. Não o vejo há mais ou menos um ano, mas nos mantemos em contato ".
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Celtic Frost: catedrais góticas de ruído ressonante rolando com um ritmo orgânico que em seu acompanhamento de fraseado Iacônico transforma essa energia em uma continuidade de escuridão trabalhando contra sua própria negatividade moradora e eventual decadência no caos, Celtic Frost trouxe sua fórmula interna de música cavernosa carregada de desgraça para seu estado mais evoluído, permanecendo focado como conceito e estética do metal. Épico em escopo em ambição de ideal, este álbum usa acentuação sinfônica ocasional e vocais limpos para alcançar uma atmosfera que mescla imagem e ideal expresso na música. O protagonista Tom Warrior escreve em seu livro sobre a banda que a importância de projetar imagem coerente com a música foi onde o Celtic Frost se diferenciou de outras bandas da época, e essa visão está presente aqui em canções distintas que mais do que operam por gancho de arquiteturas visuais tendo significado em épicos estrondosos de conflito fundamental. Os vocais entoam um encorajadamento cadenciado ao som ruidoso e a bateria sombreia o desenvolvimento através do fraseado da guitarra enquanto o baixo preenche pontos de variação tonal, formando juntos uma ressonância de registros mais baixos que através de seu toque de riffs ondulantes, projeta uma visão onírica nebulosa na metaforologia subconsciente dos movimentos majestosamente crus e humanos na música. Incrível por sua capacidade de transformar uma e duas notas em progressão de idéia evoluindo para o próximo turno de estrutura, pedalando por partes da jornada narrativa através de temas fundamentais em riff e ritmo, este metal usa estruturas recursiva para enfatizar estruturas arduamente niilista da mesma abordagem feral da harmonia vista em Hellhammer, refinado para um maior grau de articulação na textura do riff. Cada canção capta no seu espaço uma grandeza que ficará para sempre associada a esta banda, a de uma visão panorâmica de vastos reinos de decadência e desesperança, incluindo o guerreiro solitário enquanto vagueia investigando um mundo fora do seu controle. Influente na maioria do black e death metal desde então, a Celtic Frost estabeleceu um modelo para a construção e desenvolvimento de canções que permitiu aspectos narrativos da estrutura em ambos os níveis estratégicos na composição e táticos no riff e, ao fazê - lo, trouxe sua consciência de gestos estéticos na música para a linhagem do estilo black metal em evolução.
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