Varathron - Genesis of Apocryphal Desire (1997) Traçando a linha de desenvolvimento através da evolução desta banda grega que estava em seu auge como uma coleção mística, romântica e muitas vezes esotérica de idéias tão abundantes que não estavam contidas na realidade, mas geraram fundamentos de um estilo agora reconhecido, esta coleção mostra uma horda grega no estilo sueco se transformando em black metal atmosférico. O que distinguia a Varathron do black metal dissonante e cortante da época era a capacidade de integrar uma gama de melodias como parte de uma estrutura narrativa de música e não perder a coesão. Por meio de uma compreensão de ritmo derivado do poderoso Slayer e um processo de conceitualizão tonal que apesar de suas raízes no heavy metal, parece classicamente influenciado em seu uso de melodia, a Varathron ajudou a definir o que se tornaria uma abordagem de composição black metal. Muitas das lições aprendidas entre essas duas gravações demo moldaram o black metal que pegou os elementos incipientes do heavy metal com uma pegada death metal anterior e os converteu em riffs pensativos, inquietos e compassivos que desenvolveram a música de violência total com uma natureza sutil em que o mal é o nada escuro da floresta. A morte uiva por baixo de seu desejo juvenil de irromper e se erguer, através da beleza pintando o abismo. A primeira demo, Procreation of Unaltered Evil, aproxima - se da gama de bandas que tentaram o death metal inicial significativo sem perder a franqueza inspiradora de clássicos como Possessed e Death. Vocais guturais sussurrados e riffs abafados característicos ao lado de frases de velocidade arrebatadora, bem como o estilo de escrever múltiplas pontes para fazer uma forma de música complexa que o Slayer herdou do Judas Priest, delineiam a diferença no estilo. Onde a primeira demo se escondeu, a segunda, Genesis of Apocryphal Desire, articula com um movimento hábil, temas em riffs que funcionam com efeito narrativo intenso, de modo que se sente imersão na música: o componente estrutural da música atmosférica, em conjunto com a produção confusa e espançosa que muitos confundem com incompetência, porém, alcançada uma vez, consegue suspender a descrença para que a inspiração na música e seu desejo possam ser comunicados. Assim como o black metal escandinavo, a Varathron trabalha com o princípio de uma melodia estendida e teatral que define seu próprio cenário com um senso de dinâmica tonal e acústica como estrutura para regulação do humor, criando uma experiência auditiva exuberante e envolvente que escapa do isolamento condicionado que faz qualquer alma errante entrar em transe.
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Darkthrone : de todas as bandas de black metal surgidas na Noruega durante o início da década de 90, só algumas alcançaram o mesmo status e reconhecimento internacional que a Darkthrone. Ao contrário da maioria dos seus pares, entre 1992 e 1994, o projeto liderado por Fenriz recusou - se a desviar da sua fórmula direta & selvagem, deixando para os outros a evolução do gênero em direções mais ecléticas e os álbuns "A Blaze in the Northern Sky", "Under a Funeral Moon" & "Thransilvanian Hunger" são hoje considerados clássico do gênero. Após adotarem a designação Darkthrone em 1987, o vocalista / guitarrista Nocturno Culto, o guitarrista Zephyrous e o baixista Dag Nilsen tocavam o death metal. Com base em Kolbotn, um subúrbio de Oslo, a banda gravou quatro demos anos seguinte e, eventualmente, assina com a Peaceville Records, que lançou o "Soulside Journey", um petardo de death metal obscuro, em 1991. No entanto, a sonoridade explorada pelo quarteto, era muito similar as bandas suecas dominantes da época, e estava em clara oposição com a pequena, mas dedicada, comunidade Underground que começava a consolidar - se ao redor da infame loja de discos Helvete, em Oslo. Foi aí que foram plantadas as sementes para o chamado Inner Circle do black norueguês e que os elementos do Darkthrone caíram sob o irresistível feitiço maligno do extremismo de Euronymous e, repentinamente, viraram as costas ao death metal para sempre. O que seguiu é, como se costuma dizer, história, com a Peaceville Records a ser apanhada totalmente desprevenida pela experiência inexplicável e crua de eternos clássicos como "A Blaze in the Northern Sky" & "Under a Funeral Moon" de 1992 e 1993. Segundo Nocturno Culto sobre seus guitarristas favoritos; "Claro que ouço metal, mas estou preso nos anos 70. O blues não é meu gênero favorito, mas, quando se trata de guitarristas, sou um grande fã do ZZ Top dos anos 70. Mas, mesmo pelo que fez nos últimos vinte anos, o Billy Gibbons está definitivamente entre os meus guitarristas favoritos. Ele é incrível e isso é, provavelmente, algo a que poderia chamar blues rock. Não tenho guitarristas favoritos no metal, porque não ouço tanto assim". Sobre a tecnologia na música; "A tecnologia abriu o caminho para que mais música e mais bandas tivessem alcance. Acho que isso é algo bom, mas o que eu quero do som em qualquer álbum é personalidade. Vamos pegar uma banda grande como o Metallica... Gostava que eles gravassem com o nosso equipamento. O que fariam para se expressar através daquele equipamento? Isso seria algo interessante". Nocturno Culto fala sobre tocar ao vivo; "Há uma grande diferença entre fazer música e criar um álbum e tocar ao vivo, que é algo que nós não fazemos. Ao tocar ao vivo, a pessoa começa a sentir que está a fazer parte de algum tipo de negócio de entretenimento. E eu não sinto falta disso. É lógico que me vejo como um guitarrista, por isso gostei de estar em digressão com o Satyricon. E sei que tenho feito vozes nos álbuns do Darkthrone, mas basicamente sou um guitarrista. Tocar ao vivo e cantar? É muito incômodo. Não gosto de show. Se pudesse apenas tocar guitarra, estaria feliz". Sobre seu grande amigo Fenriz; "Eu e ele estamos juntos no Darkthrone há mais de trinta anos. Se fôssemos fazer grandes digressões e coisas desse tipo, acho que provavelmente nos iríamos nos odiar. Não é difícil perceber isso. Não, nós não vivemos na mesma cidade. Não o vejo há mais ou menos um ano, mas nos mantemos em contato ".
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