Abbath - conhecido por sua carreira na Immortal, Abba lança seu primeiro disco solo e apresenta um dos grandes álbuns dos últimos anos. Os caminhos trilhados pelo Black Metal sempre foram controversos. Sendo uma das culturas do metal extremo que mais está preocupada com a arte, o estilo sempre foi renegado ao submundo da música. Obviamente, o Black Metal nunca foi um estilo para se tornar mainstream. A profundidade de suas músicas e, na maioria das vezes, a aspereza de suas interpretações afastavam os que queriam apenas mais uma música pop tocando em seu carro. A Immortal é uma das bandas para a existência e desenvolvimento do Black Metal. Surgida nos anos noventa, a banda é muitas vezes catalogada como pertencente a uma segunda encarnação do estilo. Depois de ter lançado dois álbuns de qualidade extremamente alta (Sons Of Northern Darkness, de 2002 e All Shall Fall, de 2009) a banda se colocou em um hiato de onde surgiu uma disputa pelo nome iniciada pelo próprio Abbath. Atualmente a Immortal segue sem o vocalista/guitarrista e lançou um álbum. Abbath decidiu então lançar o material que (contam as histórias) estava escrevendo para o novo álbum da Immortal como um projeto solo e fomos surpreendidos com o belo auto - intitulado "Abbath". O material já começa com uma paulada que é "To War" mostrando que a máquina de riffs e vocais sujos está aberta. A banda composta também por King Ov Hell (Gorgoroth) e Baard Kolstad (Borknagar), mostra - se competente e extrema com o uso de blast beats e convenções muito bem desenhadas. A introdução de "Winterbane" é uma mistura de satisfação com confusão: isso é um disco da Immortal? Definitivamente Abbath é a Immortal e será dificil provar o contrário. A maior música do álbum (com quase 07 minutos) é concisa e tem linhas de bateria extremamente criativas. Vocais falados, quase melódicos, e dedilhados acústicos somam num quase hino à batalha. "Ashes of The Damned" é uma energética canção com constantes blast beats e palhetadas velozes. Aqui podemos ouvir uma orquestra ao fundo que aparece um pouco mais em alguns momentos, mas de uma forma tão bem dosada que se une ao instrumental de forma diabólica. O respiro de guitarra dedilhada ao fim da música é só o fôlego para mais uma explosão extrema que provavelmente tem um único acorde maior em todo o disco. "Ocean Of Wounds" retorna à levada mais compassada e constante. Uma grande música que termina em um fade out que se encontra com o som da chuva que abre "Count The Dead" essa com um riff tão duro que nos remete ao industrial até explodir no mais puro raw black metal. Provavelmente uma das melhores músicas do albúm, "Fenrir Hunts" une riffs velozes, vocais certeiros e um baixo grave e melódico. A capacidade de Abbath de unir em seus riffs a agressividade e a melodia fica evidente nessa música. Um dos grandes momentos do álbum. "Root Of The Mountain" é o equivalente a uma balada romântica dos discos de hard rock da década de 80. Digo isso apenas pelo fato de ser uma música mais lenta, com um espaço maior para que o baterista possa respirar. No entanto, a música é mais uma de composição e produção, mudando de andamento e terminando em um quase doom. "Endless" é a faixa de despedida e isso não pode ser feito de maneira melhor. Pura, seca e rispída. A música nos remete às vertentes mais extremas do black metal da segunda geração que fazem música com temãtica de guerra. A segunda parte da música é composta por uma levada de bateria pouco comum ao estilo, seguida de blast beats para depois cair numa espécie de heavy/thrash metal e novamente retornar ao puro Raw Black Metal. Abbath fez um trabalho invejável em sua estréia solo e segue ao vivo com essa banda, tocando, obviamente, clássicos da Immortal. Só nos resta desejar vida longa a esse projeto de tamanha relevância.

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Impaled Nazarene: formada em 1990 com influências claras de bandas tradicionais do black metal, a banda passou por remodelações sonoras com o passar desses 34 anos de existência, em que fez muitos de seus fãs questionarem em seriedade. A banda nos anos 90 contava em sua formação inicial com os irmãos Mika Luttinen (vocal) e Kimmo Luttinen (bateria). Em sua jornada musical dentro do metal extremo, passaram por mudanças a cada álbum, com influências visíveis de subgêneros como punk, grindcore, death metal e crust, sendo então seus álbuns marcados por sua bateria bem rápida, pedal duplo e o grandioso Blast - beat. Inicialmente, em seus primeiros álbuns ainda era possível identificar nas suas letras o ódio, caos, a aversão ao cristianismo, religiões num todo e perversidades. Vemos isso tudo mais presente em suas demos Shemhaforash (1991) e Taog eht fo Htao Eht (1991), no EP Goat Perversion e nos álbuns Tol Cormpt Norz Norz (1992) e Ugra - Karma (1993). A partir daí, começaram a misturar seus temas com destruição, violência e guerra com o lançamento de seu álbum Latex Cult de 1996, passando a entregar uma nova identidade sonora para a banda, soando mais punk que o habitual. Seu estilo musical foi modificado a cada álbum lançado, principalmente do seu álbum "Rappture" de 1998 com um som mais punk, hardcore e black metal, criando assim uma relação de amor e ódio com seus fãs, cuja preferência era mantida aos álbuns iniciais. Muitos acreditos que a horda perdeu qualidade com as mudanças fizeram melhorias necessárias, e isso é o que estamos mais que prontos para verificar em sua apresentação.