Inverted Cross - Eternal Flames Of Hell (2024) debut álbum da banda espanhola, lançado pelo selo Helidprod Records, este material é uma explosão de black/speed metal que homenageia as músicas clássicas da década de 80 e início da de 90 com influências de bandas como Bathory, Celtic Frost & Darkthrone, a banda consegue capturar a essência sombria e cinzenta do estilo, oferecendo uma produção moderna que sacrifica qualquer moribundo. O álbum entrega 09 faixas, que somadas dão 30 minutos de pancadaria. Desde a sua introdução, March Of Fallen, que evoca uma sensação épica a King Diamond, até faixas contundentes como no single Attack With Hellfire e Invoke The Goat, o material apresenta uma velocidade que são cantadas em notas agudas e misturadas a um vocal macabro. A faixa Into the Crypt Of The Necromancer e Black Leather Hordes são destaque pela mistura de velocidade com um ar de desgraça, conduzindo a aquela fase clássica do rock e mistura black metal. A produção ficou a cargo de Gonzalo Vivero que manteve uma boa mixagem que destaca a energia do disco. A arte do álbum foi desenhada por Velio Josto. É black metal tradicional. Eternal Flames Of Hell é um debut álbum consistente e é interessante acompanhar o que ainda estará por vir em seus próximos trabalhos. A arte é lindíssima também. Indicadíssimo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Satyricon - Nemesis Divina (1996) Exhurtum (bateria) e Wargod (baixo/vocal) começaram a banda em 1990, em Oslo, tocando death metal influenciados por Carcass e Napalm Death. Lemarchand (guitarras) juntou - se a eles pouco depois. Nesta época, eles usavam o nome de Eczema. Em 1991, eles decidiram passar a tocar Black Metal e trocaram o nome para Satyricon e Satyr nos vocais. Considerado por muitos o seu melhor, uma obra prima do gênero, lançado em abril de 1996, veio pesado e agressivo, conta com a guitarra de Ted Skjellum (Nocturno Culto), da Darkthrone, mas que mudou de nome para "Kvelduly" durante essa fase. Foi o trabalho que lhes garantiu um lugar na história da música extrema. Épico total, um casamento avassalador entre velocidade e porrada com conteúdo intrincado e carga emocional, cheio de mudanças de ritmo, artilharia poderosa de riffs e uso de teclados (sintetizador e piano), tudo para criar climas emulando luta e triunfo, horror e beleza. Sem sutilezas, totalmente primitivo e cavernoso, selvagem e detonando trilha sonora do final dos tempos, com técnica instrumental irretocável, o disco nasceu clássico por si só, numa clara indicação da força da banda. Canções como a mostruosa "The Dawn Of A New Age", "Mother North" que inclusive teve até video, algo meio incomum nessa fase e a faixa - título eram quase mágicas e mais arrebatadoras do que tudo o que eles já haviam feito até então. As duras e frias paisagens sonoras conjuradas pelas guitarras, evocam imagens asfixiantes e aterrorizantes. Sombrio, misterioso, infernal, frio, cru, assombrado, àspero e dissonante. Além disso, a bateria de Frost era na velocidade da luz, os interlúdios musicais eram atmosféricos e desolados intercalados pela voz depressiva de Satyr vomitando seu ódio contra o Cristianismo e sua paixão por um nacionalismo romântico. Entre tantos contrastes combinados pelos elementos citados, outro destaque ficava para as estruturas das canções, totalmente multidimensionais. Um ponto que merece destaque, e que talvez seja o ponto principal a tornar este disco tão especial uma iguaria tão incrível, está na forma como Satyr conseguiu juntar riffs, melodias, partes, timbres, detalhes, repetições, letras, alcançando um todo completo e orgânico, sonho de tantos compositores no qual o resultado fica melhor que a simples soma. Sem dúvida, deve ser ouvido.