Death - The Sound of Perseverance (1998) Afastando - se ainda mais de rótulo, o derradeiro registro da Death traz, além de mais uma reformolução em suas fileiras, uma performance vocal de Chuck Schuldiner diferente se comparada à primeiros registros. Em Symbolic seu gutural havia se tornado mais ríspido e agudo, mas em The Sound of Perseverance essas características foram mais evidenciadas, para desagrado de alguns. Na época em que o disco foi lançado, Chuck Schuldiner já estava trabalhando a fim de lançar um álbum de sua nova banda, a Control Denied dotado de um heavy metal tradicional, mais ainda desafiador, e isso definitivamente acabou influenciando massivamente a música contida em The Sound of Perseverance. Ao lado do líder estavam 03 músicos até então pouco conhecidos. Shannon Hamm (guitarra), Scott Clendenin (baixo) e Richard Christy (bateria), esse último se transformando posteriormente em uma referência no instrumento, não devendo em nada para seus antecessores, Sean Reinert e Gene Hoglan. O título do disco, é extremamente adequado, dadas as dificuldades e reveses ocorridos com o grupo no decorrer dos anos, incluindo as constantes mudanças de formação, desentendimentos entre membros e críticas advindas da imprensa musical, cuja resposta foi traduzida em música de qualidade, e aqui não é diferente. Apesar de não ser tão bem produzido quanto Symbolic, a atenção dada aos detalhes em The Sound of Perseverance é extrema, e parece haver um latente desejo de provar a capacidade dos músicos. Infelizmente, nem todos esses esforços foram capazes de proporcionar uma cura para Chuck Schuldiner, que fragilizado tanto pela doença quanto pela medicação a fim de combatê - la, acabou falecendo no dia 13 de 2001, com apenas 34 anos de idade. Sua carreira pode ter sido curta, mas a importância e a extensão da influência de sua obra trancendem barreiras de tempo e gênero musical, assim como sua música, sempre desafiando fórmulas pré - estabelecidas e evoluindo incansavelmente. Aa demonstrações de respeito e auxílio realizadas após e descoberta de sua doença, além da consternação que atingiu músicos das mais diversas localidades quando de sua morte, são mais uma prova de que Charles Michael Schuldiner executou um belíssimo trabalho durante sua passagem pela vida. A constante realização de festivais tributo ao redor do mundo e a devoção de seus fãs, muitas vezes pegando em instrumentos inspirados pelo músico, ilustra quão grande e positivo segue seu legado. Chuck Schuldiner é alguém para se chamar de gênio, alguém para se ter como ídolo.

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Morbus Grave - Feasting the Macabre (2024) É um álbum doentio e suas composições mostram uma tendência paralela ao que o horror - morte vem fazendo nos últimos anos. Acho que eles foram espertos ao criar aquelas melodias de guitarra que deixam você com uma falsa sensação de segurança. Há uma razão pela qual eles não vêm da grande escola italiana que é criativa e especialista em capturar o suspense que flutua na atmosfera, e com isso fazer a música soar o mais sinistra possível. "The Prowler" é um excelente exemplo de como uma faixa de introdução deve soar, mas o que faz essa abordagem funcionar para eles é a energia e a entrega em "Where Evil Dwells". Onde quer que você vá, os riffs vão te farejar a quilômetros de distância e te comer vivo. As vozes são algumas das mais esmagadoras que eu ouvi ultimamente e, pelo que vejo nas letras, elas cospem maldições antigas que voltam para nos assombrar continuamente. "Funeral Embodiment" ou "Feasting the Macabre", parecem ter sido gravados em algum ambiente subterrâneo onde acontecem rituais malignos que estão escondidos dos seres que vivem na superfície. E é neste ponto que a banda se torna mais brutal, incorporando maiores doses de death metal europeu. Embora o som seja limpo, canções como "Lusting Terror", ou "Dissolving Obscurity", avançam a toda velocidade com uma fúria comparável às propostas mais intensas da velha escola do death metal, embora temperada com muitas mudanças bruscas de andamento e até mesmo com uma mixagem doom que até lembra a Asphyx na década de 90.