Lançado em 15 de fevereiro de 1993, o Under a Funeral Moon encapsula a verdadeira essência do que é gênero, sendo que até o mais incauto pode determinar como se sente em relação a toda tendência apenas pela sua reação ao material. Ao longo de 32 anos de existência na escuridão mórbida, o terceiro álbum da lendária Darkthrone reúne tudo aquilo que os devotos veneram na segunda onda e por arrasto, representa também tudo aquilo que os seus detratores odeiam. O segundo tomo da chamada Trindade Profana de álbuns Black Metal da Darkthrone foi construida como o próximo passo lógico no processo de reinvenção que os músicos tinham iniciado no ano anterior com a A Blaze In The Northern Sky, no qual romperam com o death metal explorado nas maquetas e na estréia Soulside Journey. Naquilo que deve ser um dos exemplos mais gritantes de anti - produção, mostrou - os a desconstruírem ainda mais o seu som . Em Under A Funeral Moon, os temas, já mais curtos e focados do que os do seu épico predecessor, brotam das colunas sob um véu de distorção difusa. Isso dá - lhes o tão propalado som necro, que os aproxima de uma cópia de terceira ou quarta geração de uma maqueta em cassete - e que na altura, destacou a Darkthrone de toda a competição. A primeira coisa que se nota ao carregar no play ou colocar a agulha no vinil é o som das guitarras, esta distorção, tipo serra elétrica ou enxame de abelhas, com os médicos no vermelho, ainda mais pronunciada do que no disco anterior, transformou - se rapidamente do melhor para o pior, num dos elementos definidores do black metal. Não estranhamente, é essa crueza intencional, amplificada pelas vocalizaçõs rasgadas e pela percussão básica, que afasta muita gente do estilo, especialmente quando levada ao extremo como acontece aqui. Portanto, se tivermos em conta que tudo isto foi feito propositadamente por músicos hábeis instrumentalmente, temos aqui a chave mestra do lendário Darkthrone. Ultrapassados os bloqueios sônicos auto impostos, o que temos em mãos é um álbum bem mais diverso que qualquer outro que tenham feito antes ou depois enquanto tocaram Black Metal, provando que sim, estes músicos queriam manter as coisas tão simples quanto possível, mas sabiam o que estavam exatamente a fazer. Brutos, cortantes e gélidos, os riffs das incortonáveis "Natassja In Eternal Sleep", "Crossing The Triangle Of Flames" revelam - se surpreendentemente sofisticados, sobretudo pela forma subliminar como trazem à tona as melodias subversivas que as tranformam em clássicos absolutos. O mais curioso é que a Darkthrone não apenas fica por aqui, explorando uma surpreendente diversidade composicional no tema - título, uma mistura de black' n roll à Venom com blastbeats impiedosos em "Summer Of The Diabolical Holocaust", "Inn I De Dype Skogens Fabn" ou "Unholy Black Metal" e aqueles imponentes riffs a Bathory, que dão a "The Dance Of Eternal Shadows" e a "To Walk The Infernal Fields", uma aura simultaneamente tenebrosa e majestosa. Para além de marcar a última gravação da banda com o guitarrista Zephiros, fazendo do "Thransilvanian Hunger", o primeiro álbum gravado apenas pela dupla Fenriz e Nocturno Culto, feita as contas o que torna a Under A Funeral Moon tão especial assim. O fato de ser Black Metal puro, é um registro histórico na Misantropia.
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Dissection História: O Legado Sombrio da Banda Sueca de Black Metal: prepare - se para uma imersão completa na vida e na obra de Jon Nödtveidt, o lendário músico que deixou sua marca eterna no mundo do black metal. Neste vídeo, exploramos cada detalhe de seus trajetória, desde os primeiros passos como guitarrista até a fundação do icônico Dissection, que revolucionou o metal extremo com álbuns como "The Somberlain e Storm of the Light' Bane. Vamos mergulhar nas inspirações, crenças filosóficas e espirituais de Jon, e em como essas influências moldaram suas composições sombrias e atmosféricas. Além disso, abordamos os desafios pessoais e polêmicas que marcaram sua vida, até seu retorno triunfante com o álbum "Reinkaos" e o legado que ele deixou após sua morte trágica. Este é um tributo á genialidade, complexidade e impacto cultural de Jon Nödtveidt, uma das figuras mais influentes da história do metal extremo. Não perca essa jornada emocionante e cheia de nuances. Confira: https://youtu.be/M4egl-JGqTE?si=se7rwDNNXpeCY2IC
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Iggor Cavalera e Shane Embury: músicos lançarão um Split intitulado "Neon Gods/Own Your Darkness via Cold Spring Records. Com uma história que remonta a 1990, esta gravadora se especializou em música eletrônica, dark ambiente, industrial e outras expressões sonoras Underground e sinistras. Em Neon Gods/Own Your Darkness, ambos os músicos criam uma experiência sonora que evoca a trilha sonora perdida de um pesadelo, distópico, misturando dark ambiente, ruído industrial extremo e eletrônica densa de sintetizadores. Neon Gods - Iggor Cavalera O lado do lendário Iggor Cavalera, intitulado "Neon Gods", dá o tom com um cenário cinematográfico sombrio, evoluindo para um pesadelo sonoro brutal. Combinando angústia e desespero com drones pulsantes e ondas quase meditativas de estática, a peça culmina em um clímax de ruído industrial, devastador e vocalizaçõs de death industrial. Segundo Iggor Cavalera; "'Neon Gods' é uma viagem sonora com diferentes camadas de vibrações atmosféricas, da escuridão à luz. É um prazer absoluto lançar esse split com Shane Embury, acho que compartilhamos muitas idéias semelhantes quando se trata de abrir nossas mentes para diferentes estilos de som". Own Your Darkness - Shane Embury O músico oferece em "Own Your Darkness " uma peça que funde o ambiente escuro mais denso com graves hipnóticos e sintetizadores etéreos que surgem e desaparecem na periferia. A atmosfera sombria e apocalíptica desta peça se desenvolve em um fluxo ascendente, envolvendo o ouvinte em uma sensação avassaladora de vazio e desespero. Segundo Shane Embury; "Iggor Cavalera e eu somos grandes amigos há décadas e este é um álbum muito diferente para nós dois, mas incrível. Foi um projeto muito interessante de criar e minha primeira experimentação com o Solar 42, um excelente sintetizador para gerar aqueles eternos zumbidos de desespero. Fui auxiliado pelo meu antigo colega Russ Russell. Na minha jornada pessoal em direção à individuação, é fundamental aceitar e assumir minha própria escuridão... daí o título. Todos nós precisamos encontrar o equilíbrio e acender uma luz na escuridão do ser". "Neon Gods/Own Your Darkness", com Iggor Cavalera e Shane Embury nos levam aos limites do som externo, explorando territórios não convencionais dentro da música industrial e dark ambiente. Acesse: https://coldspring.bandcamp.com/
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Darkthrone : de todas as bandas de black metal surgidas na Noruega durante o início da década de 90, só algumas alcançaram o mesmo status e reconhecimento internacional que a Darkthrone. Ao contrário da maioria dos seus pares, entre 1992 e 1994, o projeto liderado por Fenriz recusou - se a desviar da sua fórmula direta & selvagem, deixando para os outros a evolução do gênero em direções mais ecléticas e os álbuns "A Blaze in the Northern Sky", "Under a Funeral Moon" & "Thransilvanian Hunger" são hoje considerados clássico do gênero. Após adotarem a designação Darkthrone em 1987, o vocalista / guitarrista Nocturno Culto, o guitarrista Zephyrous e o baixista Dag Nilsen tocavam o death metal. Com base em Kolbotn, um subúrbio de Oslo, a banda gravou quatro demos anos seguinte e, eventualmente, assina com a Peaceville Records, que lançou o "Soulside Journey", um petardo de death metal obscuro, em 1991. No entanto, a sonoridade explorada pelo quarteto, era muito similar as bandas suecas dominantes da época, e estava em clara oposição com a pequena, mas dedicada, comunidade Underground que começava a consolidar - se ao redor da infame loja de discos Helvete, em Oslo. Foi aí que foram plantadas as sementes para o chamado Inner Circle do black norueguês e que os elementos do Darkthrone caíram sob o irresistível feitiço maligno do extremismo de Euronymous e, repentinamente, viraram as costas ao death metal para sempre. O que seguiu é, como se costuma dizer, história, com a Peaceville Records a ser apanhada totalmente desprevenida pela experiência inexplicável e crua de eternos clássicos como "A Blaze in the Northern Sky" & "Under a Funeral Moon" de 1992 e 1993. Segundo Nocturno Culto sobre seus guitarristas favoritos; "Claro que ouço metal, mas estou preso nos anos 70. O blues não é meu gênero favorito, mas, quando se trata de guitarristas, sou um grande fã do ZZ Top dos anos 70. Mas, mesmo pelo que fez nos últimos vinte anos, o Billy Gibbons está definitivamente entre os meus guitarristas favoritos. Ele é incrível e isso é, provavelmente, algo a que poderia chamar blues rock. Não tenho guitarristas favoritos no metal, porque não ouço tanto assim". Sobre a tecnologia na música; "A tecnologia abriu o caminho para que mais música e mais bandas tivessem alcance. Acho que isso é algo bom, mas o que eu quero do som em qualquer álbum é personalidade. Vamos pegar uma banda grande como o Metallica... Gostava que eles gravassem com o nosso equipamento. O que fariam para se expressar através daquele equipamento? Isso seria algo interessante". Nocturno Culto fala sobre tocar ao vivo; "Há uma grande diferença entre fazer música e criar um álbum e tocar ao vivo, que é algo que nós não fazemos. Ao tocar ao vivo, a pessoa começa a sentir que está a fazer parte de algum tipo de negócio de entretenimento. E eu não sinto falta disso. É lógico que me vejo como um guitarrista, por isso gostei de estar em digressão com o Satyricon. E sei que tenho feito vozes nos álbuns do Darkthrone, mas basicamente sou um guitarrista. Tocar ao vivo e cantar? É muito incômodo. Não gosto de show. Se pudesse apenas tocar guitarra, estaria feliz". Sobre seu grande amigo Fenriz; "Eu e ele estamos juntos no Darkthrone há mais de trinta anos. Se fôssemos fazer grandes digressões e coisas desse tipo, acho que provavelmente nos iríamos nos odiar. Não é difícil perceber isso. Não, nós não vivemos na mesma cidade. Não o vejo há mais ou menos um ano, mas nos mantemos em contato ".
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