À Meia - Noite Levarei Sua Alma - O Legado do Zé do Caixão É um clássico do terror nacional protagonizado & dirigido por José Mojica Marins. Em novembro de 2015, o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. O cruel sádico coveiro do Zé do Caixão, temido e odiado pelos moradores de uma cidadezinha do interior, está obcecado em conseguir gerar o filho perfeito, aquele que possa dar continuidade ao seu sangue. A sua mulher não consegue engravidar e ele acredita que a namorada do seu melhor amigo é a mulher ideal que procura por Zé do Caixão, a moça quer cometer suicídio para regressar do mundo dos mortos e levar a sua alma, a moça quer cometer suicídio para regressar do mundo dos mortos e levar a alma daquele que o violou. Presença de mau agouro, o agente funerário Zé do Caixão aterroriza quase todos os habitantes de uma cidade interiorana. Trajando suas indefectíveis roupas pretas, esse homem debocha de símbolos sagrados e dias santos, desafiando constantemente os poderes do desconhecido. Comer carne na sexta - feira da paixão e sinal da sua iconoclastia, da violência com a qual contesta abertamente a superstição de um povo, segundo ele, refém da ignorância. À Meia - Noite Levarei Sua Alma marca a primeira aparição do personagem que se confunde com a noção de terror tupiniquim, dada a sua importância para a história do cinema brasileiro. A aconselha os covardes a deixarem a sala antes mesmo de o filme começar. Que fiquem apenas os fortes e aguentem as consequências. Esse diálogo incomum estabelece de imediato um pacto entre realizador e platéia. Há nela também, uma subjacente e estranha promessa de recompensa aos que permaneceram. É preciso ressaltar as muitas qualidades do filme, a despeito dos poucos recursos e da falta de tradição do gênero no país, ainda mais em 1964. Primeiro a virulência do protagonista, sua sanha homicida proveniente de algum problema mental ou até de forças sobrenaturais, pouco importa. Zé do Caixão possui um olhar aterrorizante e os modos de alguém que não tem os vivos e nem os mortos. Obcecado pela idéia de ter um filho e assim perpetuar sua existência, mata friamente a mulher que ama, numa sequência angustiante para alguns, em virtude do protagonismo de uma aranha. Incapaz de engravidar, ela se torna um fardo, uma pedra no sábado das intenções de Zé. Para ele virar pai e tornar - se imortal, vencendo, não sem certa dose de trapaça, os imperativos da morte. A atmosfera de À Meia - Noite Levarei Sua Alma é muito bem construída, sobre os pilares da tensão e do pavor. A invencibilidade do longa - metragem pode ser constatada em diversos elementos, a começar pela maquiagem convincente. Mortos - vivos, vermes que corroem a carne de cadáveres, olhos possuídos por uma força anormal, tudo é muito incrível. A expressividade dos cenários é ressaltada pela câmera que os perscruta em busca do potencial terrífico. Se enquanto o diretor Mojica demonstra um preciso domínio dos artifícios que suscitam medo na audiência, na condição de ator isso não é diferente. A maneira como Zé do Caixão se movimenta, sempre altivo em meio aos curvados conterrâneos, com o olhar firme e amedrontador, é uma base da caracterização impreencendível à forca dessa figura que assina quem ameaça seus planos. O que faz isso se tornar mais macabro ainda. Zé do Caixão chicoteia colegas de bar, dá cabo do melhor amigo, estupra a mulher a quem elegeu arbitrariamente para gestar seu futuro filho, entre outras formas de brutalidade. Os encontros com a mesma feitiçeira que alertara os espectadores no início são carregados de misticismo, embates entre a crença e a descrença. Ela adverte a respeito dos perigos de não ter fé alguma, profetizando um destino trágico no qual Zé do Caixão se confrontará com seus pecados. À Meia - Noite Levarei a Sua Alma atinge o ápice de sua criatividade visual na procissão dos mortos, um verdadeiro pesadelo ao protagonista possível tecnicamente por meio de trucagens de câmera e outros expedientes oriundos da mente fecunda de José Mojica Marins, um desbravador, bem como ajudou a mostrar que era possível fazer terror de qualidade no Brasil.
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Darkthrone : de todas as bandas de black metal surgidas na Noruega durante o início da década de 90, só algumas alcançaram o mesmo status e reconhecimento internacional que a Darkthrone. Ao contrário da maioria dos seus pares, entre 1992 e 1994, o projeto liderado por Fenriz recusou - se a desviar da sua fórmula direta & selvagem, deixando para os outros a evolução do gênero em direções mais ecléticas e os álbuns "A Blaze in the Northern Sky", "Under a Funeral Moon" & "Thransilvanian Hunger" são hoje considerados clássico do gênero. Após adotarem a designação Darkthrone em 1987, o vocalista / guitarrista Nocturno Culto, o guitarrista Zephyrous e o baixista Dag Nilsen tocavam o death metal. Com base em Kolbotn, um subúrbio de Oslo, a banda gravou quatro demos anos seguinte e, eventualmente, assina com a Peaceville Records, que lançou o "Soulside Journey", um petardo de death metal obscuro, em 1991. No entanto, a sonoridade explorada pelo quarteto, era muito similar as bandas suecas dominantes da época, e estava em clara oposição com a pequena, mas dedicada, comunidade Underground que começava a consolidar - se ao redor da infame loja de discos Helvete, em Oslo. Foi aí que foram plantadas as sementes para o chamado Inner Circle do black norueguês e que os elementos do Darkthrone caíram sob o irresistível feitiço maligno do extremismo de Euronymous e, repentinamente, viraram as costas ao death metal para sempre. O que seguiu é, como se costuma dizer, história, com a Peaceville Records a ser apanhada totalmente desprevenida pela experiência inexplicável e crua de eternos clássicos como "A Blaze in the Northern Sky" & "Under a Funeral Moon" de 1992 e 1993. Segundo Nocturno Culto sobre seus guitarristas favoritos; "Claro que ouço metal, mas estou preso nos anos 70. O blues não é meu gênero favorito, mas, quando se trata de guitarristas, sou um grande fã do ZZ Top dos anos 70. Mas, mesmo pelo que fez nos últimos vinte anos, o Billy Gibbons está definitivamente entre os meus guitarristas favoritos. Ele é incrível e isso é, provavelmente, algo a que poderia chamar blues rock. Não tenho guitarristas favoritos no metal, porque não ouço tanto assim". Sobre a tecnologia na música; "A tecnologia abriu o caminho para que mais música e mais bandas tivessem alcance. Acho que isso é algo bom, mas o que eu quero do som em qualquer álbum é personalidade. Vamos pegar uma banda grande como o Metallica... Gostava que eles gravassem com o nosso equipamento. O que fariam para se expressar através daquele equipamento? Isso seria algo interessante". Nocturno Culto fala sobre tocar ao vivo; "Há uma grande diferença entre fazer música e criar um álbum e tocar ao vivo, que é algo que nós não fazemos. Ao tocar ao vivo, a pessoa começa a sentir que está a fazer parte de algum tipo de negócio de entretenimento. E eu não sinto falta disso. É lógico que me vejo como um guitarrista, por isso gostei de estar em digressão com o Satyricon. E sei que tenho feito vozes nos álbuns do Darkthrone, mas basicamente sou um guitarrista. Tocar ao vivo e cantar? É muito incômodo. Não gosto de show. Se pudesse apenas tocar guitarra, estaria feliz". Sobre seu grande amigo Fenriz; "Eu e ele estamos juntos no Darkthrone há mais de trinta anos. Se fôssemos fazer grandes digressões e coisas desse tipo, acho que provavelmente nos iríamos nos odiar. Não é difícil perceber isso. Não, nós não vivemos na mesma cidade. Não o vejo há mais ou menos um ano, mas nos mantemos em contato ".
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Dungeon Synth - mistérios e complexidade do que é um sub - gênero de black metal que surgiu no final da década de 80 e início da década de 90. É caracterizado por suas atmosferas sombrias e medievais. É fortemente influenciado pela música ambiente, pelo black metal e pela música clássica, criando uma sonoridade única que transporta o ouvinte para universos paralelos e cenários de fantasia. O Dungeon Synth é frequentemente utilizado como trilha sonora para jogos de RPG, filmes de fantasia e outras mídias que exploram temas medievais. O Dungeon Synth teve suas raízes no black metal, especialmente nas bandas que incorporavam elementos atmosféricos e sinfônicas em suas músicas. Artistas como Burzum e Mortiis são frequentemente citados como pioneiros do sub - gênero, utilizando dos seus teclados e sintetizadores para criar paisagens sonoras épicas e melancólicas como Johann Sebastian Bach e Ludwig van Beethoven, e pela música ambiente de artistas como Brian Eno. As composições do Dungeon Synth são geralmente instrumentais e utilizam uma ampla gama de sintetizadores e teclados para criar texturas sonoras ricas e detalhadas. As melodias são frequentemente repetitivas e hipnóticas, com uma ênfase em criar uma atmosfera imersiva e evocativa. Elementos como coros, sinos, flautas e instrumentos de cordas sintetizados são comuns, contribuindo para a sensação de estar em um castelo medieval ou em uma floresta encantada. A produção tende a ser misteriosa e nostálgica. Embora o Dungeon Synth seja um gênero relativamente inchado, ele possui várias sub - categorias e variações. Alguns artistas incorporam elementos de dark ambiente, criando uma sonoridade sombria e introspectiva. Outros podem adicionar influências de folk, utilizando instrumentos acústicos e melodias tradicionais para criar uma atmosfera pastoral & bucólica. Há também variações que se aproximam do neo - clássico, com composições mais complexas e orquestrações elaboradas. Cada sub - gênero oferece uma interpretação única do conceito central do Dungeon Synth, expandindo os limites do que o gênero pode ser. O Dungeon Synth tem uma importância cultural significativa dentro das comunidades Underground. Ele oferece uma uma forma de escapismo e uma conexão com mundos imaginários, servindo como uma trilha sonora para a imaginação. Além, disso, o sub - gênero tem uma forte ligação com a cultura black metal, compartilhando, muitos dos mesmos fãs e influências. O Dungeon Synth também tem um papel importante na cena de jogos de RPG, fornecendo a trilha sonora perfeita para aventuras épicas e fantasia. Vários artistas se destacam na cena do Dungeon Synth cada um trazendo sua própria visão e estilo para o sub - gênero, porém o mais citado é Mortis, como pioneiro com álbuns como "Ånden som Gjorde Opprør" definindo muitos dos elementos característicos do sub - gênero. Outros artistas notáveis incluem Wongraven, com seu álbum "Fjelltronen", e Depressive Silence, conhecido por suas atmosferas sombrias e melancólicas. Mais recentemente, artistas como Old Tower e Fief têm ganhado reconhecimento por suas contribuições ao sub - gênero, mantendo viva a tradição do Dungeon Synth enquanto exploram novas direções.
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